Surto de diarreia viral em Cachoeira está com atendimentos acima do padrão esperado para o período
Há alguns dias, o setor de Vigilância Epidemiológica, do Departamento de Vigilância em Saúde municipal, alerta para um surto de diarreia viral em Cachoeira. E isso gerou a ocorrência de atendimentos acima do padrão esperado nos estabelecimentos de saúde de casos de DDA (Doença Diarreica Aguda) de provável etiologia viral.
Surto de diarreia viral em Cachoeira
O surto de diarreia em Cachoeira está atrelado às DDAs. Estas são doenças gastrointestinais que têm como principal sintoma a diarreia. Segundo o médico especialista em cirurgia do aparelho digestivo, Gustavo Menelau, entre os sintomas da diarreia, estão: o aumento do número de evacuações que pode ou não estar acompanhado de dor abdominal, náusea, vômito e febre.
Norovírus
Além disso, de modo geral, os causadores envolvem uma ampla gama de micro-organismos patogênicos ou agentes não infecciosos.
Há um destaque neste sentido para o Norovírus. Isso porque sua alta infectividade, mundialmente gera 685 milhões de casos/ano de gastrenterite aguda (200 milhões entre crianças). Além de estar frequentemente associado a surtos em hospitais e outras instituições de saúde. Mas, ainda há surtos em escolas, quartéis, navios de cruzeiro e resorts. A infecção por Norovírus é caracterizada por diarreia, vômito, febre, dor de cabeça e dor de estômago. Porém, pode haver desidratação e desequilíbrio eletrolítico. A gastroenterite se desenvolve de 12 a 48 horas após a exposição e a total recuperação geralmente ocorre entre 1 e 3 dias.
Por outro lado, a maneira mais comum de transmissão do Norovírus é de pessoa-pessoa, seja de forma direta ou através de intermediários, quando as fezes ou o vômito contaminados com o patógeno contaminam a água ou alimentos (transmissão fecal-oral). Já as superfícies também contribuem para a propagação do patógeno, quando contaminadas com partículas virais oriundas de respingos de êmese, fezes ou por partículas virais em aerossol.
Situação Epidemiológica
Os casos e surtos de DDA de etiologia viral são comuns durante o ano todo. Geralmente, são identificados em estabelecimentos de ensino e outros.
A vigilância de DDA tem o objetivo de monitorar a ocorrência de casos de diarreia, para identificar as possíveis causas deste aumento que podem estar associados a uma mesma origem, que pode ser classificado como um surto. O levantamento do número de casos no município está sendo concluído, mas alguns surtos estão em investigação.
Prevenção e controle
Recomendações aos profissionais de Saúde:
- Ao identificar um aumento de casos de DDA nos atendimentos médicos, nas Unidades Básicas de Saúde ou atendimentos particulares, atentar para possibilidade de ocorrência de surto – que pode ser caracterizado pela ocorrência de dois ou mais casos com vínculo epidemiológico entre si. O profissional deve entrar em contato com a Vigilância Epidemiológica do município e comunicar a situação;
- Ao examinar pacientes com sintomas, manipular material de análise, secreções de doentes, reforçar o uso de EPIs, medidas de desinfecção do ambiente e higiene das mãos.
Recomendações à população em geral:
- Para os indivíduos com sintomas de DDA é recomendado repouso e aumento na ingestão de líquidos para evitar a desidratação, principalmente em crianças e idosos. Em caso de sintomas graves, orienta-se procurar a unidade de saúde mais próxima;
- Somente consumir água de fontes seguras (potável), tratadas, que tenham processo de desinfecção por cloro ou outra tecnologia. Além disso, em situações de emergência, recomenda-se fervê-la antes do consumo e antes do preparo de alimentos por no mínimo 5 minutos. A higienização das superfícies, equipamentos e utensílios utilizados no preparo e consumo de alimentos deve ser realizada com água tratada ou fervida. O gelo para consumo ou conservação de alimentos deve ser oriundo de água potável ou fervida;
- Higienizar as mãos de forma adequada, lavando-as com água e sabão, principalmente após a utilização de banheiro, troca de fraldas, antes de preparar e manipular alimentos e antes das refeições;
- Afastar as pessoas doentes das atividades de manipulação de alimentos e reforçar a higiene pessoal mesmo após o desaparecimento dos sintomas;
- Realizar a limpeza da caixa d’água uma vez ao ano ou sempre que necessário;
- Em se tratando do Norovírus, a utilização de álcool (líquido ou em gel) não é suficiente para a higienização das mãos e superfícies.
*Foto: Reprodução