Solstício de verão no Brasil é um evento astronômico
No sábado (21), foi celebrado o solstício de verão às 6h21 (horário de Brasília), sendo caracterizado como o dia mais longo do ano no Hemisfério Sul. Trata-se de um evento astronômico, marcante pelo aumento da luminosidade solar, além de simbolizar o início da estação mais quente do ano, impactando o clima, a economia e os hábitos da população.
O que é o solstício de verão e por que ele acontece?
O solstício de verão acontece por conta da inclinação do eixo da Terra, que gira ao redor do Sol em um plano inclinado. Tal inclinação faz com que, em determinadas épocas do ano, um dos hemisférios receba mais luz solar direta, o que culmina em dias mais longos. No Hemisfério Sul, o evento acontece normalmente entre 21 e 22 de dezembro, quando o Sol incide diretamente sobre o Trópico de Capricórnio. Em contraste, o Hemisfério Norte vivencia o solstício de inverno na mesma data.
Durante este período, o Sol atinge sua posição mais alta no céu ao meio-dia, criando sombras mais curtas e elevando a quantidade de luz e calor recebidos pela Terra. Este aumento da luminosidade impacta diretamente o clima e os ecossistemas, além de afetar o comportamento humano e animal.
Mudanças climáticas no Brasil
Além disso, o início do verão no Brasil é caracterizado por altas temperaturas e maior incidência de chuvas, uma combinação que prejudica desde a agricultura até o cotidiano das cidades. Prova disso é que neste ano, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê volumes de chuva superiores a 400 mm em várias regiões, em razão da formação de corredores de umidade favorecidos por uma tendência fria no Pacífico Equatorial central-leste.
Apesar de não haver influência do El Niño nesta estação, o calor e o abafamento seguem predominantes. A ausência de fenômenos extremos como o El Niño pode trazer uma distribuição mais equilibrada das chuvas, contemplando áreas como o Norte e o Centro-Oeste, enquanto o Sul enfrenta riscos de estiagem.
Impactos regionais do solstício de verão 2024/2025
Todavia, o clima diversificado do Brasil faz com que o verão prejudique cada região de modo distinto:
Região Norte: Chuvas abundantes e temperaturas altas mantêm a umidade alta, contribuindo para o crescimento da vegetação e a preservação dos ecossistemas tropicais.
Região Nordeste: Precipitações mais intensas no litoral contrastam com períodos de seca no interior, com temperaturas constantes.
Região Centro-Oeste: As chuvas frequentes tornam-se são aliadas da agricultura, enquanto o calor e a umidade elevada culminam numa sensação térmica crescente.
Região Sudeste: Chuvas frequentes e intensas, principalmente em janeiro e fevereiro, geram preocupações com alagamentos e deslizamentos em áreas urbanas.
Região Sul: A menor incidência de chuvas traz riscos de seca, enquanto temperaturas elevadas são registradas em toda a região.
Fenômenos climáticos globais e sua influência
Em anos anteriores, fenômenos como El Niño e La Niña tiveram papel expressivo no clima brasileiro. Para o verão de 2024/2025, a ausência do El Niño e uma leve tendência fria no Pacífico Equatorial central-leste sinalizam um padrão climático mais moderado. Tais condições podem favorecer chuvas regulares em regiões como o Sudeste, Norte e Centro-Oeste, minimizando extremos climáticos que afetaram o país em anos anteriores.
Contudo, apesar de La Niña não ser presente, a tendência de resfriamento no Pacífico contribui para a formação de sistemas de umidade que podem contemplar áreas normalmente secas, como partes do Nordeste.
Fonte: Foto de tirachard na Freepik