Malária vivax, imunizante poderá ser feito a partir do equipamento citômetro de fluxos, com a capacidade de identificar, quantificar e avaliar a funcionalidade de uma população de células ou de partículas
O Centro de Pesquisa em Medicina Tropical – Cepem, um dos órgãos de pesquisa em saúde do Governo de Rondônia, está sendo cooperando como ponto de apoio para uma das principais etapas de desenvolvimento de pesquisas à criação da primeira vacina contra malária vivax, forma predominante no Brasil e nas Américas. Neste caso, a pesquisadora de Harvard e da Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz Minas Gerais, a imunologista Caroline Junqueira, trabalha com amostras de pacientes de Rondônia.
Vacina contra a malária vivax
Além disso, já são quase 15 anos de dedicação à pesquisa sobre a malária vivax em Rondônia. Portanto, hoje, a imunologista agradece a contribuição dos pacientes que voluntariamente aceitam colaborar com o estudo. E assim também funciona com o apoio de recrutamento dos mesmos via Cepem:
“Rondônia é um centro muito importante para o estudo de doenças infecciosas, e há muita gente investindo para melhorar o enfrentamento dessas doenças. Estou desenvolvendo uma vacina contra a malária, graças ao apoio da população rondoniense. Também recebo colaboração do Cepem, pois ciência ninguém faz sozinho; já treinamos muitas pessoas e trouxemos equipamentos modernos para pesquisa.”
Já o governador Marcos Rocha destaca a importância da pesquisa aplicada em Rondônia ao dizer que o estado está atento para dar respostas adequadas e efetivas no controle às doenças. Sendo assim, a ciência é essencial para isso.
“Ficamos felizes de ver Rondônia na rota das grandes descobertas das pesquisas em saúde pública.”
Estudos
Os estudos são feitos na capital Porto Velho com o propósito de entender a resposta imunológica em relação à malária, a partir da observação das amostras dos pacientes de Rondônia. Caroline fez uma descoberta inédita das moléculas dos parasitas reconhecidos pelo sistema imune, e então deu início ao emprego dessas moléculas para criação da vacina. A pesquisadora estima que em cinco anos a vacina irá para teste humano.
“Ela já está em um estado muito avançado, sendo testada em camundongos e macacos, e estamos melhorando para ser testada em humanos. É algo complexo, que precisa de aprovação, mas aprendemos com a experiência da vacina da covid-19, como fazer algo que desenvolvemos no laboratório chegar até o paciente.”
Laboratório da Fiocruz – MG
O estudo do comportamento dos parasitas é feito em Rondônia e a vacina é desenvolvida no laboratório da Fiocruz, em Minas Gerais.
O secretário de Estado da Saúde, Jeferson Rocha ressalta a importância da pesquisa.
“Esse trabalho é de suma importância, pois há uma troca de experiência entre a equipe do Cepem em cada vinda da pesquisadora Caroline Junqueira. Assim, Rondônia também desponta para o cenário mundial no âmbito da pesquisa.”
A vacina desenvolvida a partir de amostras de Rondônia trará benefícios para o mundo e que causará fortes impactos nas Américas. Isso porque a única vacina contra malária foi aprovada no ano passado. porém, ela possui restrições. A eficácia é só de 30% em crianças de até um ano e meio, e combate à malária do tipo falciparum, mais presente na África, onde há registro de muitas mortes de crianças por este tipo de doença.
COVID
Por fim, esta não é a primeira vez que Caroline Junqueira participa da criação de uma vacina. Ela já tem expertise de ter integrado a equipe que criou a primeira vacina brasileira no combate à covid-19, desenvolvida pelo CT Vacinas, em Minas Gerais.
“Temos agora a primeira vacina nacional contra a covid-19, que está em testes clínicos. É a primeira vacina produzida 100% no Brasil e que chegou em humanos. Uma marco para a ciência, pois o nosso País tem o maior programa de vacinação do mundo, mas nenhuma foi desenvolvida no Brasil.”
Além desse grande feito para ciência e à saúde, a pesquisadora está empenhada em criar a primeira vacina do mundo contra a malária vivax.
Reprodução/Freepik (jcomp)