Carga viral da hepatite D possui critérios dentro de Laboratórios Centrais de Saúde Pública; confira como será implantado
Agora é realidade: o diagnóstico e quantificação da carga viral do vírus da hepatite Delta (HDV), desenvolvido pelo Laboratório de Virologia Molecular da Fiocruz Rondônia, começa a fazer parte do Protocolo Clínico e as Diretrizes Terapêuticas (PCDT) de hepatite B e coinfecções no Sistema Único de Saúde (SUS).
Uma Nota Técnica, emitida pelo Departamento de HIV/aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DATHI) da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde confirmou a informação.
Carga viral da hepatite D
O teste molecular para a carga viral da hepatite D será ampliado, através do SUS, para todo o Brasil. Em Rondônia, amostras deverão ser encaminhadas ao Laboratório de Virologia Molecular da Fiocruz Rondônia em Porto Velho.
E a partir de agora, a Pasta recomenda o uso do exame de carga viral do vírus da hepatite D ou Delta no SUS. Com o novo método, o rastreamento da hepatite D é indicado a indivíduos ou filhos de indivíduos diagnosticados com o vírus da hepatite B, que sejam provenientes dos estados da região Amazônica ou que possuam algum vínculo epidemiológico com pessoas desses estados ou em casos de exacerbação da hepatite B crônica.
Implantação
O documento também determina a frequência de solicitação do exame de carga viral do vírus da hepatite Delta no SUS e os procedimentos a serem adotados pelos profissionais de saúde durante a implantação piloto na rede pública de saúde. A Nota Técnica indica as unidades de recolhimento das amostras para a carga viral de HDV em todos os 26 estados do território brasileiro incluindo o Distrito Federal.
Esse trabalho é resultado de um esforço de 31 anos dedicados ao acompanhamento das hepatites virais crônicas feitos pelo Ambulatório Especializado em Hepatites Virais (AHV/RO), vinculado ao Centro de Pesquisa em Medicina Tropical (CEPEM/SESAU), além dos mais de 10 anos de suporte ao entendimento, análise e caracterização molecular das hepatites virais dedicados pelo Laboratório de Virologia Molecular da Fiocruz Rondônia.
Superar a barreira
Anteriormente, pela ausência de um teste molecular deste tipo de hepatite no SUS tornava o diagnóstico e tratamento dos casos mais lentos.
Por sua vez, os desafios geográficos e as dificuldades na realização do diagnóstico pode-se afirmar que agora a Fiocruz Rondônia começa um novo e importante ciclo no fortalecimento do SUS, gerando maior qualidade de vida das populações em situação de vulnerabilidade.
Testes em outros estados
Contudo, outra meta é disponibilizar os testes moleculares, através do SUS, para outros estados que possuam casos de hepatite Delta e que já estejam sendo acompanhado sem a confirmação diagnóstica e, sobretudo, sem um elemento essencial no tratamento, que é a queda da carga viral, chegando à sua negativação.
Também é importante alertar sobre os registros de hepatite Delta fora da região Amazônica, de indivíduos que não nasceram na Amazônia, além daqueles casos de pessoas que foram infectadas nesta região, mas residem no Sul e Sudeste, o que indica a necessidade de uma maior atenção em relação à doença.
Já o coordenador geral da Fiocruz Rondônia, Jansen Fernandes de Medeiros, destaca o compromisso institucional da Fiocruz com a saúde pública e o desenvolvimento da região, e assegurou que esse resultado é o reflexo de um trabalho contínuo dos pesquisadores, sem medir esforços para trazerem respostas concretas aos inúmeros desafios da saúde e do estudo enfrentado na Amazônia.
*Foto: Reprodução/https://br.freepik.com/fotos-gratis/close-da-gripe-seringa-e-frasco-de-injecao-sarampo-coronavirus-doenca-da-vacina-covid-19-preparacao-para-humanos_17036314.htm#fromView=search&page=1&position=2&uuid=3d3ff25c-43f0-4f80-9905-891c4969ed50